Caracterizada pelo aumento da pressão arterial após a vigésima semana de gravidez, a pré-eclâmpsia é a segunda principal causa de morte entre gestantes e a primeira entre mulheres negras e pardas no RS, conforme apontou o Boletim de Mortalidade Materna do Estado de 2024. Nesta quinta-feira, 22 de maio, o Dia Mundial de Conscientização sobre a Pré-eclâmpsia busca alertar sobre a condição e ampliar as informações sobre a pauta.
Segundo o documento divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde do RS, alguns fatores como extremos de idade reprodutiva afetam as gestantes em geral. Já outros aspectos genéticos acometem, sobretudo, a população parda e negra no RS, tornando a pré-eclâmpsia a principal causa de morte. “Mulheres negras e pardas geralmente são mais afetadas pela doença em decorrência de suas condições genéticas, já que apresentam maior risco de hipertensão arterial”, explica a médica ginecologista e obstetra da Clínica Madria, a Dra. Lisandra Scolaro. Outras características como baixa escolaridade e renda também são citadas no boletim.
A Dra. Lisandra explica que a hipertensão arterial específica da gravidez, quando não identificada e tratada, pode evoluir para a eclâmpsia, uma forma grave da doença, caracterizada por convulsões que põem em risco a vida da mãe e do feto, o que pode levar ao nascimento prematuro. “A pré-eclâmpsia pode afetar órgãos vitais como fígado, rins, cérebro, placenta, e quando não tratada adequadamente pode evoluir para a eclâmpsia, forma mais grave da doença, com risco de convulsões, parto prematuro, descolamento da placenta e até morte da mãe e do bebê”, pontua a médica.
Atenção aos sintomas
Os sintomas da pré-eclâmpsia podem começar de forma discreta, mas exigem atenção imediata. Os principais sinais de alerta incluem pressão arterial acima de 140/90 mmHg, inchaço súbito, especialmente no rosto, mãos e ao redor dos olhos, ganho de peso rápido em poucos dias, dor de cabeça persistente que não melhora com analgésicos, alterações visuais como visão embaçada, sensibilidade à luz ou pontos brilhantes, dor na parte superior direita do abdômen (região do fígado), dificuldade para respirar, redução no volume de urina e náuseas ou vômitos fora do comum no final da gestação. Caso algum desses sinais apareça, é fundamental procurar atendimento médico imediatamente, mesmo que o sintoma pareça leve.
Ainda que qualquer mulher possa desenvolver a doença, alguns fatores também aumentam os riscos, como estar na primeira gestação, ter mais de 35 anos, apresentar sobrepeso ou obesidade, ter histórico familiar ou pessoal de pré-eclâmpsia, hipertensão crônica, diabetes, doenças renais, lúpus ou outras doenças autoimunes, gestação múltipla, uso de técnicas de reprodução assistida e longos intervalos entre gestações, especialmente acima de 10 anos.
“Quanto mais cedo a pré-eclâmpsia é identificada, maiores são as chances de controlar a condição e garantir uma gestação segura. Nosso papel enquanto ginecologista e obstetra é estar ao lado da mulher em todas as fases, com orientação, tecnologia e acolhimento”, reforça a Dra. Lisandra.
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